domingo, 19 de julho de 2020

PRIMEIROS RELATOS DO RIO GRANDE DO SUL

Há uma obra do historiador brasileiro Guilhermino César (1908 – 1993) chamada “Primeiros Cronistas e Viajantes (1605 – 1801): estudo das fontes primárias da história riograndense acompanhados de vários textos”. Vivian Ignes Albertoni, na sua tese de doutorado, explica a importância desse trabalho para entendermos a formação do Rio Grande do Sul:
"Trata-se de textos fundamentais para compreensão da formação do povo gaúcho, escritos por viajantes, jesuítas e desbravadores de todo o tipo que pelo Rio Grande passaram (políticos, guerreiros, intelectuais), Cada um merece uma pequena apresentação do próprio Guilhermino César, seguida pela íntegra dos textos, o que faz dessa publicação uma das iniciativas mais importantes dentro do campo da pesquisa histórica gaúcha, de que se tem notícia até hoje." (2006 p.26)
São escritos fantásticos! Vale muito a pena ler e aprender um pouco sobre o que pensavam diferentes personagens que compuseram a nossa história.
O relato que apresento hoje pra vocês, um entre tantos, foi escrito por André Ribeiro Coutinho, que tinha o posto de Mestre-de-Campos, e foi o segundo governador da Capitania de Rio Grande de São Pedro de dezembro de 1737 a dezembro de 1740. Guilhermino César contextualiza esse texto dizendo que até a década de 1730 o Rio Grande era como uma “terra de ninguém”, sem uma cultura que vicejasse em torno das outras às quais os viajantes, indígenas ou expedicionários traziam. O relato de André Ribeiro Coutinho inaugura uma espécie de encantamento pela terra e preconiza (ou profetiza) o quão maravilhosa a “unidade” será através do século XVIII. É uma carta datada de setembro de 1737 para um amigo seu.
O relato tende a responder a pergunta “do que é esta terra”, e André Ribeiro Coutinho a trata como “terra de muitos” porque tem abundância de tudo. Cita animais, matérias primas, inconvenientes, até condições climáticas (provavelmente surpreso pelas estações do ano bem definidas), frutas e outras plantações, também condições otimistas como “muita esperança”.
Diz que há falta de muito, também, e que por isso a terra deve ser explorada e tratada como uma nova unidade. São raízes de um pensamento que pode ser considerado útil para a colônia e forte para a criação do que hoje conhecemos como Rio Grande do Sul.
Vrindecrivo!
(IMAGEM: Leitura recomendada, trecho do livro“Primeiros Cronistas e Viajantes (1605 – 1801): estudo das fontes primárias da história riograndense acompanhados de vários textos”., do historiador brasileiro Guilhermino César (1908 – 1993) )

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