quarta-feira, 29 de julho de 2020

OS VILÕES DO PASSADO


Publico aqui um trecho de uma tirinha de 2010, um dos primeiros trabalhos do Felipy, quando ele estava começando a desenhar e criar quadrinhos, com dez anos de idade. A meu pedido, ele criou a “Turma da Galera da Rima”, e sobre isso eu tenho muito (“romance, ou não?”) a falar ainda. Estou fazendo um resgate histórico das carreiras dos meus pais e minha, com ênfase na trajetória da Rima.
A história da Galera da Rima é muito rica e merece ser contada. Vai chegar o momento! O caso é que neste trecho da tirinha (abaixo) em específico, a cantora da Galera da Rima conversa com o vilão da turminha. Em baixo, o nosso recado de que “semelhanças com personagens e fatos era mera coincidência”. Balela! O vilão era inspirado numa criança real, que fazia mal às outras seja com palavras ou até ações. Aliás, esse menino continua vilão até hoje, dez anos depois. Bolsominion, claro, e com comportamentos nocivos em seus ciclos sociais. É triste! Muitos professores tentaram ajudar enquanto era tempo, mas nada deu certo. Fica de lição para pais e responsáveis: atentem ao comportamento de crianças, não relativizem maldades. Às vezes pode não ser coisa da idade.
Voltarei com outras histórias da Galera em breve. Vrindecrivo!

IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL (CATTULO DE CAMARGO E CAMPOS)
DESENHOS DE FELIPY CAMARGO (com 10 anos de idade)
RIMA EDIÇÕES LÍTERO-MUSICAIS - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

domingo, 26 de julho de 2020

BOA VIAGEM, CHARLIE BROWN

Ontem, mexendo no "Prime Video", descobri uma animação que eu não via há muitos e muitos anos: Boa viagem, Charlie Brown é um filme roteirizado, obviamente, pelo genial Charles M. Schulz, que estreou nos cinemas em 30 de maio de 1980.
Por ser uma obra que já tinha onze anos quando eu nasci, talvez não tenha marcado a minha geração da mesma maneira que marcou a anterior, mas a mim, despertava uma magia que eu não sei até hoje explicar, mas vou tentar.
Quem me ler agora poderá achar loucura, pois com certeza eu não vou conseguir colocar em palavras somente nesse texto o sentimento que eu tinha (quando criança) e tive (ontem).
Eu não me lembrava de várias passagens do filme. O início por exemplo, de como a turma conseguiu suas passagens para a França, ou então que apareciam alguns adultos na animação (raridades na obra de Schulz). Mas uma coisa eu lembrei, da metade pro final: o sentimento que a noite francesa me causa(va).
É incrível! A trama era para ser "sombria" para as crianças, pois, uma garota misteriosa convida Charlie Brown e Linus van Pelt para passarem sua estadia francesa no "Chatô do mal-vizinho". Paty Pimentinha e Marcie ficam na casa de Pierre, um garoto que logo conta que indo ao Chatô, os meninos correrão grande perigo, pois ninguém pode se aproximar de lá, principalmente estrangeiros.
Cenas escuras e chuvosas dão a dimensão do que Linus e Charlie Brown passariam, pois ao chegar no Chatô, não encontram ninguém e nem conseguem entrar, tendo que ir dormir num curral que fica ao lado. Eles acampam e designam Snoopy e seu fiel companheiro Woodstock para que fiquem de guarda durante a noite enquanto eles dormem. Aí a magia acontece(ia) pra mim!
Snoopy e seu amarelado companheiro saem caminhando da propriedade, que se mostra cada vez mais sombria. Andam muito durante a noite no vilarejo francês. Chegam num "pub", um bar da noite que funcionava na cidadezinha. Snoopy coloca músicas na "jukebox", vai até uma mesa e começa a beber várias e várias cervejas (cabe aqui ressaltar que o cachorro faz o papel de "adulto" que acompanha as crianças na viagem, pois é ele, por exemplo, quem dirige o carro alugado por eles na Europa). São cenas rápidas, que mostram ele bebendo, rindo, chorando, dançando e aproveitando a noite francesa. É nesse mesmo "pub" que o Barão (o antagonista da trama) vai durante a noite deixando sua sobrinha  (aquela garota misteriosa) livre para interagir com os meninos.
Quando o dia amanhece, Snoopy e Woodstock voltam para o Chatô, embriagados, deixando claro que passaram a madrugada inteira no bar, e se deitam para dormir. Na noite seguinte, partem novamente para a diversão notívaga. Eu não sei que idade eu tinha: cinco, seis anos, talvez? Só sei que ficava simplesmente encantado com aquele mundo, e com a sensação que aquilo me causava. Lembro de assistir várias vezes o filme quando criança.
Anos mais tarde (muitos), eu encontrei na internet um "gif" que representava um "pub" europeu, com imagens sombrias, um saxofonista e um pianista no palco, uma mulher escorada num balcão fumando um cigarro e algumas pessoas em mesas e assistindo os músicos. O texto que acompanhava era algo como "imagine-se neste local, uma chuva torrencial lá fora, é madrugada". E isso também mexeu comigo! Me deixava encantado e, apesar de adulto, sonhando com aquela vida e querendo estar lá. Até hoje eu nunca tinha feito a ligação da sensação que eu tive ao ver esse "gif" com a sensação de criança vendo o Snoopy no "pub" francês. É indescritivelmente a mesma! É loucura? Parece que descobri um objetivo de vida: passar uma madrugada num local desses. Mas tem que ser necessariamente na Europa. Pergunto de novo: eu estou ficando louco?
É uma nostalgia misturada com uma grandessíssima ansiedade! Voltarei a abordar este assunto, provavelmente, creio que só o encerrarei quando finalmente realizar esse sonho.
Vrindecrivo! Na Europa, por favor!
Gente, olhem essa cena! Eu quero! (não me julguem)
Acesso em: https://filmow.com/boa-viagem-charlie-brown-t8459/

O GIF que citei no texto. Infelizmente não poderei dar o crédito e nem citar a fonte, pois eu salvei ele no meu computador há muitos anos e não anotei nada disso. Se alguém souber, por favor, me avise!

domingo, 19 de julho de 2020

PRIMEIROS RELATOS DO RIO GRANDE DO SUL

Há uma obra do historiador brasileiro Guilhermino César (1908 – 1993) chamada “Primeiros Cronistas e Viajantes (1605 – 1801): estudo das fontes primárias da história riograndense acompanhados de vários textos”. Vivian Ignes Albertoni, na sua tese de doutorado, explica a importância desse trabalho para entendermos a formação do Rio Grande do Sul:
"Trata-se de textos fundamentais para compreensão da formação do povo gaúcho, escritos por viajantes, jesuítas e desbravadores de todo o tipo que pelo Rio Grande passaram (políticos, guerreiros, intelectuais), Cada um merece uma pequena apresentação do próprio Guilhermino César, seguida pela íntegra dos textos, o que faz dessa publicação uma das iniciativas mais importantes dentro do campo da pesquisa histórica gaúcha, de que se tem notícia até hoje." (2006 p.26)
São escritos fantásticos! Vale muito a pena ler e aprender um pouco sobre o que pensavam diferentes personagens que compuseram a nossa história.
O relato que apresento hoje pra vocês, um entre tantos, foi escrito por André Ribeiro Coutinho, que tinha o posto de Mestre-de-Campos, e foi o segundo governador da Capitania de Rio Grande de São Pedro de dezembro de 1737 a dezembro de 1740. Guilhermino César contextualiza esse texto dizendo que até a década de 1730 o Rio Grande era como uma “terra de ninguém”, sem uma cultura que vicejasse em torno das outras às quais os viajantes, indígenas ou expedicionários traziam. O relato de André Ribeiro Coutinho inaugura uma espécie de encantamento pela terra e preconiza (ou profetiza) o quão maravilhosa a “unidade” será através do século XVIII. É uma carta datada de setembro de 1737 para um amigo seu.
O relato tende a responder a pergunta “do que é esta terra”, e André Ribeiro Coutinho a trata como “terra de muitos” porque tem abundância de tudo. Cita animais, matérias primas, inconvenientes, até condições climáticas (provavelmente surpreso pelas estações do ano bem definidas), frutas e outras plantações, também condições otimistas como “muita esperança”.
Diz que há falta de muito, também, e que por isso a terra deve ser explorada e tratada como uma nova unidade. São raízes de um pensamento que pode ser considerado útil para a colônia e forte para a criação do que hoje conhecemos como Rio Grande do Sul.
Vrindecrivo!
(IMAGEM: Leitura recomendada, trecho do livro“Primeiros Cronistas e Viajantes (1605 – 1801): estudo das fontes primárias da história riograndense acompanhados de vários textos”., do historiador brasileiro Guilhermino César (1908 – 1993) )

sábado, 11 de julho de 2020

A FIGURA DO GAÚCHO


A distinção Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade concedida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura é muito importante, e até os dias atuais o Brasil tem cinco dos seus bens culturais imateriais (dentre todos os registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) reconhecidos como tal: a Roda de Capoeira, o Frevo, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Celebração Religiosa Círio de Nazaré e a pintura corporal dos povos indígenas Wajãpi, a Arte Kusiwa.
Argentina e Uruguai, por sua vez, obtiveram sucesso juntos, em 2009, quando apresentaram o projeto e tiveram aprovado a incorporação do Tango na lista da UNESCO. Para isso, tiveram de se comprometer com uma série de exigências e adequações, entre elas o de fomentar o gênero musical como “da região do Prata”, e não “nacional” de um lado ou de outro. Creio que podemos traçar um paralelo entre essa situação e a da típica figura do gaúcho. Talvez pela experiência prévia que Argentina e Uruguai tiveram juntos, há a esperança de apresentar um projeto interessante juntamente com o Brasil para a incorporação da figura do gaúcho na distinção.
O gaúcho vem de antes das fronteiras, e é um homem da região que compreende os três países, por isso faz sentido ser um projeto coletivo. O criador de gado que exerce suas atividades em cima de um cavalo e toma mate foi, com o passar do tempo, tipificado. Se tomarmos por exemplo a literatura, o gaúcho foi sendo construído como um personagem, do "tradicional" ao contemporâneo. Recomendo esse texto sobre o assunto.
Na cultura, principalmente nas atividades artísticas, ainda há muita resistência sobre a figura do gaúcho. A invenção da indumentária, por exemplo, por Paixão Cortes, é tomada como tradicional, e muitas pessoas acham que os gaúchos dos séculos XVIII e XIX realmente usavam chapéu de aba, camisa social e bombachas largas, ou que as mulheres usavam pesados vestidos rendados e coloridos. Nico Fagundes falava sobre isso (nos bastidores), que nem ele, nem o próprio Paixão imaginavam que “inventariam” uma tradição. Hoje em dia, os CTGs têm vários traços preconceituosos em seus estatutos, que não condizem com a sociedade contemporânea, prezando esse tradicionalismo exacerbado.
Creio que a figura do homem e mulher gaúchos deve se modernizar, não desprezando o passado aguerrido que constitui o imaginário da população, mas, assim como na literatura, aceitar as novidades. Uma mulher com cabelo curto pode carregar a força e o orgulho de Anita Garibaldi. Um homem tatuado ou homossexual pode dançar danças típicas e ter orgulho do seu estado. Aí a figura do gaúcho, tão tipificada, passaria a ser só um símbolo, e não uma regra de comportamento.
Vrindecrivo!
(Imagem: o estereótipo da figura do gaúcho que tento desmistificar no texto de hoje. Foto: Olhares do Brasil/Duda Pinto / Divulgação | Acesso em https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/940/0/images.terra.com/2015/07/19/gaucho2.jpg)

sábado, 4 de julho de 2020

JUSTIÇA E ARTE

Não tenho condições, exatamente, de discorrer sobre justiça de maneira apropriada. Obviamente, não sou jurista, advogado ou qualquer outra coisa relacionada à direito, mas também, não é desse tipo de justiça que pretendo falar, e sim daquela que profissionalmente, ambiciono (ou ambicionava).
Eu tenho vivido na minha carreira diversas situações que me colocam a pensar se verdadeiramente vale a pena fazer arte nesse país e ou nesse momento. Recentemente o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, a maior estatal financeira dessas bandas, publicou um edital para promover lives artísticas como uma espécie de auxílio para uma das classes que mais ficou desamparada por conta da pandemia. Pois vocês sabem qual era o critério para seleção? Número de seguidores nas redes sociais (Instagram, Facebook e YouTube). Claramente, os beneficiados com o cachê dessa promoção seriam aqueles que não precisam, ou como costumamos chamar internamente, os “de sempre”. Felizmente, choveram críticas ao edital e ao próprio banco, que resolveu cancelá-lo. Se teremos uma nova proposta com critérios mais justos, ainda é um mistério.
Outro ponto que me chama muita atenção é a vida dos festivais de música. Se outrora já foram o maior fomentador de novos talentos, revelando artistas maravilhosos da história do Rio Grande do Sul, ultimamente se transformaram em negócios para poucos músicos que vivem do dinheiro que eles pagam, e são figuras carimbadas em todas as edições de todos os eventos que ainda restam. Claro que não estou tirando o mérito artístico de nenhum deles, mas é muita inocência presumir que não existem outros músicos tão bons quanto eles, ou até melhores, que simplesmente não se encaixam na dita “panela festivaleira” instaurada há algum tempo. Eu já fui um entusiasta da Moenda, da Tafona ou da Califórnia, nas duas primeiras já toquei, mas, já tem três anos que me afastei totalmente desse meio, desgostoso e triste com o que sempre presenciava.
Mais um exemplo que posso lembrar é o das premiações e grandes distinções de arte fornecidas pelos trabalhos publicados no ano corrente (literatura, teatro, música, entre outros). Para usar mais uma vez da minha experiência, em 2014 o arranjador do meu primeiro CD foi indicado e premiado pelo seu trabalho numa premiação muito importante aqui do estado, na categoria arranjo. Pois bem, fiquei muito feliz, apesar de que na cerimônia, foram citados outros dois trabalhos dele realizados no mesmo ano. O nosso? Nem menção. Até aí tudo bem, talvez o Cordas&Rimas não tivesse realmente qualidade suficiente para ser mencionado, e eu jamais me incomodaria com isso. O que aconteceu depois é que foi o problema: um dos jurados do tão aclamado prêmio deu sua justificativa para o meu CD não ter participado e nem sequer ter sido mencionado em nada. Aceitei tudo, naturalmente. Meses depois li um artigo dessa mesma pessoa, elogiando um outro trabalho, e enaltecendo qualidades em coisas que eram exatamente as mesmas que tinha criticado no meu.
E a hipocrisia, então? Essa é a que mais dói quando lembro o quão ingrata pode ser a vida artística. A união entre artistas é utópica, infelizmente. É assim em todas as áreas: um quer que o outro se ferre. Já vi um músico exclamando “puta que pariu!” ao “perder” uma premiação para um amigo. Sim, para um amigo e conterrâneo! Já vi outro músico enviando um e-mail anônimo para um festival de outro estado, com justificativas ridículas pedindo a desclassificação de um também amigo e conterrâneo. No teatro? Já vi dono de companhia superfaturando valor de equipamentos como justificativa de não partição de premiação entre os atores. Já vi grupos grandes suprimindo e ameaçando menores. Já vi pessoas usando titulações como se fossem garantia de caráter (isso no teatro e recentemente, também na literatura). Já vi muito! Muito a ponto de querer desistir.
O que é a arte se não um espelho da vida? Basta entrar em qualquer rede social para ver o que o ser humano se tornou, e como isso está em todos os âmbitos, todas as áreas, todas as carreiras. Aí, percebo que a culpa não é da arte, e me volto a ela, cabisbaixo, pedindo desculpas. Ela ainda é o que me resta de esperança em dias melhores. O ponto de querer desistir acima mencionado se termina, e a vontade de fazer algo de verdade, com essência, volta. Eu sou um ciclo, e acredito que serei para sempre.
Vrindecrivo!
(IMAGEM: Voltando às origens, a minha visão ao escrever este indignado texto. Arquivo Pessoal)

UM CONCEITO DE CLASSICISMO

Percebi que pela primeira semana eu acabei não colocando nada aqui no dia "combinado". Até tinha textos prontos, como o que vai seguir essa introdução, mas não tive tempo, realmente de vir aqui fazer a postagem. Estou na última semana de um dos últimos semestres da faculdade, então vocês podem imaginar que as coisas andam um pouco corridas. Enfim, para não deixar a semana em branco, vou publicar um dos trabalhos que fiz para a disciplina de História da Arte, onde analiso o capítulo Um Conceito de Classicismo, de Anatol Rosenfeld e J. Guinsburg, fazendo uma síntese da ideia dos autores sobre as principais características que definem a arte. Lembrando que não temos aqui uma definição de Classicismo, e sim a exemplificação de suas características principais. Espero que estejam todos bem, e Vrindecrivo!

O classicismo é definido pelos autores de diversas maneiras, e no capítulo temos a apresentação de diferentes características e singularidades. Primeiro, temos uma visão geral e um aspecto histórico da definição da própria palavra “classe”, depois um passeio pelas características e uma breve explicação de cada uma delas.
Inicialmente, a arte clássica pode ser identificada como a que segue “preceitos modelares”, baseados de uma fase da arte grega, resgatando as ideias e os padrões. Essa fase aconteceu principalmente no Renascimento.
Outra característica apresentada é a de que o classicismo é o domínio do diurno, ou seja, busca uma clareza e uma racionalidade. “[...] elementos como o equilíbrio, a ordem, a harmonia, a objetividade, a ponderação, a proporção, a serenidade, a disciplina, o desenho sapiente, o caráter apolíneo, secular, lúcido e luminoso.” (pg.374). Diz que numa obra de arte clássica, o que há é a “[...] imitação da natureza e, imitando-a, imita seu concerto harmônico, sua racionalidade profunda, as leis do univeso.” (pg.374). Podemos dizer de uma “busca pela perfeição”.
Também há um dos aspectos que mais chama atenção: a impessoalidade transmitida na obra. O valor da obra é o que ela transmite por si só, não o que ela diz do seu autor, portanto ele foge das subjetividades e de quaisquer manifestações, e, segundo os autores, “desaparece por trás da obra”.
Há também a rígida separação das artes, elas não se confundem, cada uma obedecendo às suas próprias regras e moldes pré-estabelecidos. Os autores ainda apontam que as obras poderiam perder o valor que poderiam alcançar, caso confundam essas artes, não seguindo as regras específicas de cada uma.
A próxima característica apontada é a “lei da tipificação” que diz que a arte clássica não individualiza, não se caracteriza por diferenciações, e o objetivo é sempre a chegada ao geral ou típico.
Além da separação das artes anteriormente citada, há também a separação dos estilos. Buscando clareza e regularidade, cada estilo deve seguir padrões próprios para se autoafirmar e se caracterizar como o mesmo.
Por fim, os autores apontam que “[...] o valor estético reside na obra, e somente nela.” (pg.375). Uma obra deve falar por si e fazer valer-se esteticamente, além de ser bonita, ter uma natureza didática. Quanto mais uma obra colaborar para o conhecimento e aperfeiçoamento do gênero humano, mais ela será bem realizada.
São essas as principais características do classicismo apontadas por Anatol Rosenfeld e J. Guinsburg no capítulo “um conceito de classicismo”.
(IMAGEM: O Nascimento de Vênus (1484-1486), de Sandro Botticelli - Acesso em https://static.todamateria.com.br/upload/ve/nu/venusclassicismo.jpg)

AUTOCRÍTICA

Eu não faço ideia se procede, mas na manhã deste quente sábado litorâneo, acordei por acaso, tendo que ligar o celular às pressas (sim, durm...