domingo, 26 de julho de 2020

BOA VIAGEM, CHARLIE BROWN

Ontem, mexendo no "Prime Video", descobri uma animação que eu não via há muitos e muitos anos: Boa viagem, Charlie Brown é um filme roteirizado, obviamente, pelo genial Charles M. Schulz, que estreou nos cinemas em 30 de maio de 1980.
Por ser uma obra que já tinha onze anos quando eu nasci, talvez não tenha marcado a minha geração da mesma maneira que marcou a anterior, mas a mim, despertava uma magia que eu não sei até hoje explicar, mas vou tentar.
Quem me ler agora poderá achar loucura, pois com certeza eu não vou conseguir colocar em palavras somente nesse texto o sentimento que eu tinha (quando criança) e tive (ontem).
Eu não me lembrava de várias passagens do filme. O início por exemplo, de como a turma conseguiu suas passagens para a França, ou então que apareciam alguns adultos na animação (raridades na obra de Schulz). Mas uma coisa eu lembrei, da metade pro final: o sentimento que a noite francesa me causa(va).
É incrível! A trama era para ser "sombria" para as crianças, pois, uma garota misteriosa convida Charlie Brown e Linus van Pelt para passarem sua estadia francesa no "Chatô do mal-vizinho". Paty Pimentinha e Marcie ficam na casa de Pierre, um garoto que logo conta que indo ao Chatô, os meninos correrão grande perigo, pois ninguém pode se aproximar de lá, principalmente estrangeiros.
Cenas escuras e chuvosas dão a dimensão do que Linus e Charlie Brown passariam, pois ao chegar no Chatô, não encontram ninguém e nem conseguem entrar, tendo que ir dormir num curral que fica ao lado. Eles acampam e designam Snoopy e seu fiel companheiro Woodstock para que fiquem de guarda durante a noite enquanto eles dormem. Aí a magia acontece(ia) pra mim!
Snoopy e seu amarelado companheiro saem caminhando da propriedade, que se mostra cada vez mais sombria. Andam muito durante a noite no vilarejo francês. Chegam num "pub", um bar da noite que funcionava na cidadezinha. Snoopy coloca músicas na "jukebox", vai até uma mesa e começa a beber várias e várias cervejas (cabe aqui ressaltar que o cachorro faz o papel de "adulto" que acompanha as crianças na viagem, pois é ele, por exemplo, quem dirige o carro alugado por eles na Europa). São cenas rápidas, que mostram ele bebendo, rindo, chorando, dançando e aproveitando a noite francesa. É nesse mesmo "pub" que o Barão (o antagonista da trama) vai durante a noite deixando sua sobrinha  (aquela garota misteriosa) livre para interagir com os meninos.
Quando o dia amanhece, Snoopy e Woodstock voltam para o Chatô, embriagados, deixando claro que passaram a madrugada inteira no bar, e se deitam para dormir. Na noite seguinte, partem novamente para a diversão notívaga. Eu não sei que idade eu tinha: cinco, seis anos, talvez? Só sei que ficava simplesmente encantado com aquele mundo, e com a sensação que aquilo me causava. Lembro de assistir várias vezes o filme quando criança.
Anos mais tarde (muitos), eu encontrei na internet um "gif" que representava um "pub" europeu, com imagens sombrias, um saxofonista e um pianista no palco, uma mulher escorada num balcão fumando um cigarro e algumas pessoas em mesas e assistindo os músicos. O texto que acompanhava era algo como "imagine-se neste local, uma chuva torrencial lá fora, é madrugada". E isso também mexeu comigo! Me deixava encantado e, apesar de adulto, sonhando com aquela vida e querendo estar lá. Até hoje eu nunca tinha feito a ligação da sensação que eu tive ao ver esse "gif" com a sensação de criança vendo o Snoopy no "pub" francês. É indescritivelmente a mesma! É loucura? Parece que descobri um objetivo de vida: passar uma madrugada num local desses. Mas tem que ser necessariamente na Europa. Pergunto de novo: eu estou ficando louco?
É uma nostalgia misturada com uma grandessíssima ansiedade! Voltarei a abordar este assunto, provavelmente, creio que só o encerrarei quando finalmente realizar esse sonho.
Vrindecrivo! Na Europa, por favor!
Gente, olhem essa cena! Eu quero! (não me julguem)
Acesso em: https://filmow.com/boa-viagem-charlie-brown-t8459/

O GIF que citei no texto. Infelizmente não poderei dar o crédito e nem citar a fonte, pois eu salvei ele no meu computador há muitos anos e não anotei nada disso. Se alguém souber, por favor, me avise!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOCRÍTICA

Eu não faço ideia se procede, mas na manhã deste quente sábado litorâneo, acordei por acaso, tendo que ligar o celular às pressas (sim, durm...