sexta-feira, 2 de outubro de 2020

TRETA

Vou relembrar aqui uma “treta” em que me envolvi em 2017, após ser desrespeitado, juntamente com os meus colegas, pela organização do Festival “Litoral Canta a Tafona”, de Osório.
           Divirta-se! Vrindecrivo!
        Em 18/9/2017, escrevi: Por respeito à arte sempre. Nossa grande motivação. Sobre o "Litoral Canta a Tafona": nosso cachê foi cortado pela metade, nossa premiação foi cortada completamente, fomos os únicos que não fomos pagos no dia do evento (e ainda estamos esperando). Não fomos filmados. Não tinha nenhum fotógrafo lá. Não houve nenhuma divulgação. O público? Não teria não fossem nossas famílias. Tudo isso pra "economizar", sendo que o Festival abriu um dia inteiro inútil (o sábado), onde não houve classificação nem premiação, só mostrou os músicos de fora (que valem o dobro dos daqui, segundo o regulamento).
         Nossa! Os defensores dos festivais, principalmente os puxa-sacos da administração municipal e da assessora de cultura, vieram para cima de mim. Indiretas, ofensas... Enfim, acabei respondendo, como sempre, com textão. E olha: como eu era ponderado e educado com quem nunca me respeitou! Na época eu tinha medo de me revoltar por achar que fosse “piazisse”, mas hoje, desintoxicado e fora desse mundo podre dos festivais, sei que já pensava o certo.
      Um baterista imbecil falou que eu chorava porque a minha turma e eu éramos das “categorias de base”. Um pianista idiota, reproduziu a fala. Um compositor mau caráter, que já fizera coisas horríveis contra a própria assessora no passado, fez coro aos xingamentos dirigidos a mim. Já passou três anos, e eu permaneço orgulhoso nas categorias de base. Só sairia delas se mamasse nas tetas "da panela" e fizesse mesmices sem nenhuma contribuição artística.
       Segue o texto, carregado de ironia, do mesmo dia do anterior: Ainda sobre a Tafona, para quem não me (nos) conhece: Meu pai desde que chegou em Osório sofre com pessoas que não gostam dele por suas posições críticas e pesadas que sempre buscavam valorizar os músicos. Ele sempre se ferrou pra defender seus alunos e amigos que, sem motivo nenhum, viraram-se contra ele. Sempre vieram aqui e usaram a boca dele pra falar verdades que não tinham coragem para evitar constrangimentos. Mesmo assim, ele continua incansável, batalhando por uma vida cultural decente em Osório, que apesar de um potencial maravilhoso, nunca soube se destacar culturalmente falando. Vocês não fazem a menor ideia do que ele está fazendo nesse momento pela cidade. Todos se beneficiarão!
       Enfim, quando eu falo que o “Litoral Canta a Tafona” nos desvalorizou, é porque nos desvalorizou mesmo. Sim, seria melhor que não houvesse, se fosse para ser como foi. A diferença é que eu falo para as pessoas certas, e se não há solução, falo publicamente mesmo, buscando única e exclusivamente a correção desses problemas para as próximas edições. Respeito todo mundo, e não acho que vão haver retaliações para com o meu trabalho pois todo mundo é profissional, e acima de tudo todo mundo é amigo, ou deveria ser.
     Eu prefiro ser autêntico e buscar o respeito do que, por exemplo, ficar indignado e soltar um palavrão quando “perco” um festival para um conterrâneo. Eu prefiro ser autêntico do que ficar falando mal da organização nos próprios bastidores e depois rasgar elogios no Facebook. Eu prefiro ser autêntico do que renegar e tirar do meu currículo um grupo do qual participei e ajudou a me alavancar para o sucesso. Enfim, eu prefiro ser autêntico, respeitando as diferenças, e buscando REPEITO para com o meu trabalho. Se eu sou desrespeitado como fui na semana passada, vou lutar. Esse é o meu recado.
    Meu pai foi um dos pioneiros desse movimento, ele musicalizou uma região (palavras de uma professora minha da UFRGS), lutou e continua lutando pela arte e pelo sucesso dos seus “guris” e “gurias”. É muito ruim vê-lo triste e indignado, sentindo-se traído e renegado por quem ele sempre amou e, principalmente, ajudou a crescer, elevando os tantos talentos que existem na região.
     Minha crítica NUNCA foi à assessora de Cultura Adriana Sperandir, que aproveito aqui para também parabenizar, pois com certeza, sem ela e seu esforço, a Tafona teria morrido. Minha crítica é e continua sendo para os próprios músicos que se desvalorizam, e para um regulamento que desqualifica o trabalho da região e dos artistas iniciantes.
       Enfim, eu sou um dos maiores entusiastas da união dos artistas e a arte pela arte! Eu acredito que a UNIÃO seja o princípio básico para todos nós. E isso eu aprendi com o meu pai! Durmo muito tranquilo sabendo que é verdade, pois ensino isso e consigo passar para os meus alunos, o que me dá muito orgulho! Vamos nos unir de verdade, pessoal! Criticar sem perder amizades! Debater sem brigar! Não há nada melhor do que isso!

(IMAGEM: Minha última participação em festival, em 2017, que gerou toda essa treta. - FOTO: Arquivo Pessoal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOCRÍTICA

Eu não faço ideia se procede, mas na manhã deste quente sábado litorâneo, acordei por acaso, tendo que ligar o celular às pressas (sim, durm...